A frota de veículos em São Carlos
(SP) cresceu 91,3% nos últimos 10 anos, de acordo com dados do
Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). O número reflete
diretamente no tráfego intenso e muitas vezes confuso. Agora, a cidade
investe em semáforos que ajudam a organizar o trânsito, mas deixam os
trajetos para casa ou trabalho mais longos.
Em 2002, São Carlos tinha 73.922 veículos e hoje tem 141.467. O
resultado são as filas de carros e motos imensas e trânsito lento. O que
se vê nas ruas é a disputa por espaço.
Para organizar o tráfego, a prefeitura está colocando uma série de
semáforos pela cidade. Somente neste ano, cinco foram instalados. Ao
todo, existem 83 cruzamentos com o equipamento.
O problema é que em muitos pontos os semáforos têm causado lentidão no
trânsito. No cruzamento da Avenida Henrique Gregori com a Tancredo
Neves, a reportagem do Jornal Regional demorou cerca de 1 minuto e meio
esperando o sinal abrir. “Em cruzamentos complicados a gente adota a
semaforização. Às vezes compromete um pouco a fluidez, porém a gente
prioriza a segurança do pedestre e do próprio motorista”, afirmou a
secretária de Trânsito, Regina Romão.
O problema também acontece no cruzamento perto da Universidade de São
Paulo (USP). “Piorou para quem vem do shopping, porque como esse verde
não é o suficiente para tirar toda a fila acaba interferindo para quem
vem da ponte no bairro Santa Felícia. Então quem está descendo do bairro
acaba encontrando muito tráfego vindo do shopping. Nesse momento, para
esse volume é só uma questão de ajuste”, destacou Antônio Nelson
Rodrigues da Silva, professor do Departamento de Transportes da USP.
Para Silva, a solução para melhorar o funcionamento dos equipamentos é
investir em tecnologia. “Você começa com semáforo de tempo fixo, com
semáforo que vai variando ao longo do dia, depois você tem o semáforo
atuado pelo tráfego, as centrais de controle de área para reduzir as
filas da região toda”, exemplificou.
Perto do kartódromo, passam em média 1.020 veículos por hora nos
horários de pico. Para muitos motoristas, a espera para ultrapassar
ficou maior, mas o semáforo trouxe mais segurança.
Apesar disso, o que melhora para os motoristas pode deixar mais confuso
para os pedestres. Em um dos pontos do local, é preciso atravessar três
faixas para conseguir passar para o outro lado da rua.
Com isso, muitos não respeitam a faixa e atravessam onde ela não
existe. “Fica um caminho muito maior. A gente considera mais prático vir
direto, uma vez que o farol está fechado e não tem carro passando”,
disse o estudante Vítor Gabriel Salles.
Alternativas
A tendência é que a frota de veículos só aumente e, por isso, não basta
apenas investir em semáforos. Segundo o professor da USP, é preciso
pensar a longo prazo e melhorar os outros meios de transporte. “Se a
frota continuar crescendo, o semáforo não tem como atender a todos os
fluxos satisfatoriamente porque tem carro demais. A saída é um
transporte público de qualidade, investir na infraestrutura para
pedestres e bicicletas. Garantir que as pessoas tenham opção para deixar
o carro em casa”, destacou.
Fonte: G1
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